Eu fui criada com uma superproteção cega da minha avó, se ela pudesse me colocaria dentro de uma bolha imensa, onde só ela poderia me alimentar e ter contato comigo. Ela me levava pra escola sempre e só fui saber o que era ir pra escola sozinha depois dos 11 anos de idade, assim também ela só me deixou ir a padaria sozinha [ diga-se de passagem que a padaria era uns 8 minutos de casa] depois dos 11 anos... Eu cresci não tendo malícia, não tendo a consciencia de que as pessoas podem ser cruéis, sem saber que elas podem te machucar só pelo prazer de não se sentirem por baixo.
Dessa superproteção, eu acho que acabei me criando sozinha, porque eu nunca ouvi uma conversa sobre meninos, namoro, virgindade, sexo, amor, etc... Eu fui aprendendo com as trombadas que a gente dá na vida .. E realmente a vida ensina... Eu cresci sendo sufocada por não poder perguntar certos por quês que toda menina gosta de perguntar, fui sufocada por que me ensinaram que ser humilde sempre te leva a algum lugar, me ensinaram que falar o que pensa é errado, mas sim falar o que é conveniente valeria a pena... Eu ainda posso sentir a falta que esse ar me fez, essa falta de liberdade de pensamento ou pequenos atos que se tem o direito de ter e cometer... É difícil vc acreditar que pessoas que vc sabe que te ama, te sufocam e te comprimem justamente por te amar e querer te ter nas mãos enquanto puder, e fazer de tudo pra que nada nem ninguém te tire deles ... Isso sufoca, machuca, inebria e mata!!! Eu vivenciei na pele o que é ser sufocada por alguém que vc sabe que te ama, mas não conhece os limites entre amor, domínio e possessão... não sabe o momento de ver a hora que esse amor pode machucar ao invéz de só curar...
Há uma linha tênue entre possuir e cativar... e nisso as pessoas se perdem completamente.
Eu acho que fiz muita coisa na minha vida, por conta das conversas que eu nunca tive, dos meus por quês nunca respondidos, por medo de magoar sem perceber que isso é autoflagelante, e por ter conhecido da forma mais dura que nem sempre o amor é bom!...
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