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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Face a face com os medos.

            Você sabe quando chega a uma etapa da sua existência em que não tem como mais colocar véus sobre certos fatos da sua vida que você evita encarar pelo puro medo de encarar a verdade? Pois bem, acho que estou chegando a essa etapa, chegando a um estágio em que não cabe mais dentro de mim o sentimento medíocre do medo ou a insensatez de viver fantasias que não são capazes de se auto-sustentar. Dizem que sentir medo é o ingrediente que impulsiona a coragem, mas não se tem coragem se você não mandar o medo embora, mesmo que o medo possa te empurrar pra atitudes insanas que gere a coragem pra realizar algo. Cheguei a um ponto da minha existência em que a maior parte dos meus medos consistem basicamente em mostrar realmente quem eu sou, medo de minhas atitudes serem egoístas ao ponto de ferir alguém, mas não posso mais dar continuidade aos meus medo e esquecer que eu não estaria sendo eu mesma por medo de ter pensamento próprio ou vontade própria.
               Eu sou adotada, minha familia adotiva, com exceção de uma pessoa, nunca se fez presente como família, nunca tive uma estrutura familiar que me desse cobetura pra que eu pudesse dizer que a base da minha personalidade e do meu caráter fosse a mesma, e a minha mãe que é a exceção, nunca sentou comigo pra conversar sobre coisas que qualquer mãe conversa com uma filha, na verdade tivemos mais contato depois que eu tive minha primeira filha, mas antes disso, posso dizer com muita certeza que eu fui criada pelas  pancadas da vida, dando muita cabeçada e errado na tentativa de acertar. Sinceramente não sei se apoio familiar faz falta, não sei se eu seria uma pessoa melhor se tivesse o mesmo, e ao julgar pelos exemplos que vejo por aí, não faria tanta falta assim, mas de qualquer forma, soube o que é ter mãe de verdade dos meus 18 aos meus 27 anos, e mesmo assim, não me sentia a vontade  pra conversar coisas com ela, por  justamente não ter tido o conforto pra falar sobre qualquer coisa sem medo, ou por medo de gerar preocupações desnecessárias, talvez se essa relação fosse profunda desde cedo, esses medos não existissem. Sempre fui uma criança sozinha, sempre tive poucos amigos, mesmo sendo extrovertida, possuia colegas, mas amigos podia contar com os dedos de uma mão e me sobravam dedos. Na adolescência não foi diferente, sempre fui extremamente sozinha, morava com a minha mãe na casa dos meus tios e não me sentia em casa nunca, sempre deslocada, número de amigos? 4, numero de amigos verdadeiros? 2 que foram desaparecendo como névoa quando se vai crescendo e vai se notando que o mundo é maior e não é mais conversa na porta de escola ou no portão de casa. Passei a minha adolescencia inteira com medo do que os outros iam pensar ao meu respeito sempre disfarçando esse medo através da extroversão, tentando mostrar que eu não ligava pro julgamento alheio, mas por dentro morrendo de medo do mesmo. Nunca me envolvi em um namoro sério na minha adolescência, por medo de mergulhar em algo mais profundo, evitando sempre que alguém se aproximasse demais pra que não descobrisse o quão medrosa eu sou.
              Mas cansei de me esconder atrás desses medos que foram a base do meu crescimento e deixando esse medo pra trás, deixo com ele muitas coisas que me impediram de seguir minha vontade  por medo de dar um passo a frente, eu simplesmente estou cansada, um cansaço que nunca se fez tão presente quanto agora, um cansaço que está me pondo face a face com todos os meu medos  e se eu não encarar agora, eu sei e sinto que não vou ter outra oportunidade porque o tempo passa rápido demais e a vida nesse mundo é curta e cruel demais pra se deixar levar por medos e se aprisionar mais do que se já é. Mesmo sabendo que esse mundo nada mais é do que se não um inferno condensado em paisagens falsas pra iludir os nossos olhos, ao qual eu não pertenço. Mesmo sabendo que aqui não é a minha casa, não quero que o resto do meu tempo seja resumido nesses medos que somente me fazem viver sobre a falsa sensação de extroversão e anestesia constante. Se eu tiver que pular, eu vou pular, mesmo que seja pra perder o medo de me machucar, me levantar mesmo arrebentada e seguir em frente, deixando o medo lá no fundo do abismo. Se eu me permitir ser mais, vou estar permitindo o mesmo direito aos outros que me cercam tbm.


             Música de hoje: Now and Forever-Richard Marx... Enjoy it.




              

2 comentários:

  1. então amor bora colocar esse medo pra fora e não deixe voltar mais, pois com medo nós não somos nós mesmo, pois como vc disse ter medo do q as outras pessoas acham de nós acabamos sendo como essas pessoas querem q a gente seja e com isso perdemos nossa identidade, então bora arrebentar com esse medo. ^^

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