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domingo, 24 de abril de 2011

Uma visão diferente.

  Vou te contar uma história, um sonho, uma visão...cada um interprete da forma que bem entender, mas se trata de algo que muitos perseguem sem saber o real motivo.
   Numa noite, durante o processo de sono, passando por uma de suas fases, me projetei com a mais forte vontade de voltar... voltar pra onde? Na verdade não sabia, só mantia em mim uma vontade verdadeira de por um momento poder voltar pra casa, ou o lugar que fosse mais parecido com o meu ponto de partida de tudo, onde eu realmente soubesse que daquele lugar eu pertencia de verdade, sem a bizarra sensação de estar deslocada quase que o tempo todo. Então, mantendo essa vontade dentro de mim e essa esperança incontestável de que esse lugar poderia existir, entreguei nas mãos dessa viagem a resposta pra minhas perguntas.
    No começo, só havia escuridão, só havia o sombrio medo de estar preso no meio do nada, onde a sensação era desesperadora e não havia certeza nenhuma senão a espera de algo tão aprisionante quanto a escuridão que me engolia. E de repente, eu abro os olhos como se estivesse despertado e olhava pra cena do meu aniverário de 5 anos, o último aniversário que aminha mãe adotiva fez pra mim enquanto estava viva, lembro de estar sentada na cabeceira da cama e ela penteando meus cabelos e cantando a música "o cravo brigou com a rosa", e por um momento eu levantava um dos meus pés e ficava admirando os meus sapatos novos que pareciam ser de boneca, e minha mãe dizendo: " se comporte em sua festa viu?"... Antes de eu responder senti como se estivesse sendo puxada daquele momento e voltando àquela escuridão aprisionante, e eu me sentia cada vez mais sufocada e aprisionada, e por um momento implorei pra que aquele suplício tivesse fim e que eu acordasse e foi quando eu comecei a notar que quanto mais a escuridão se fazia presente, mais percebia que haviam feixes de luz tão fortes que cegavam tanto quanto a escuridão, e assim tentando buscar esses feixes de luz como um ponto de referencia pra saída daquela sensação de prisão que comecei a ver um lugar ao qual parecia nunca ter visto antes, mas quando cheguei mais perto a sensação de conforto e alívio se faziam maiores. Olhava aquela entrada de cidade, onde todos que estavam ali tinham a expressão de satisfação e felicidade com o porte de bravos guerreiros, e os que me olhavam sorriam e sem falar uma palavra, minha mente recebia a mensagem de bom retorno ao meu lar... Haviam muitos, porém mais homens que mulheres e dentre eles havia um em peculiar de onde a partir do momento que fitei sua presença, senti a certeza de que este era o mais forte, me olhava como se fosse ele quem tivesse me guiado até aquele ponto, e comandava meus pensamentos através dos passos que eu dava, era sério, poderoso, porém me tratava como se eu fosse tão forte quanto ele e dizia em meus pensamentos que eu estava em casa e que era pra eu me preparar, pois seria muito difícil realizar os propósitos aos quais eu aceitei como guerreira. E nesse momento, todos que estavam em minha volta corriam e pegavam seus elmos dourados como se fossem se preparar para uma grande batalha, haviam flechas em um lago de vidro, e cada flecha possuia uma chama verde, nunca tinha visto coisa tão linda e nesse mesmo momento como se algo dentro de mim se quebrasse, todas as memórias voltaram em minha mente como se fosse a força de uma torrente de água sobre as pedras, onde tudo que me aprisionava tivesse sido quebrado pela vontade de reconhecer as memórias que a mim antes foram retiradas e desde esse momento eu tinha certeza que o maior objetivo desse meu retorno ao lar, foi para me preparar e me manter firme nessa prisão ao qual fui repreendida mediante a batalhas anteriores e ao qual eu fracassei, deixando o fracasso me dominar, acabei permitindo essa prisão como forma de reparar as minhas vergonhas, porém tomei consciência do respeito que todos ali tinham por mim e recebia das mãos de um soldado um arco prateado com pontas verdes flamejantes e senti que naquele momento, nada do que eu tenha feito seria tão importante como o passo que poderia estar sendo dado agora. Por um breve momento esse mesmo soldado pos a mão direita em meu ombro e com meu piscar de olhos sintia sendo puxada de volta ao seio da escuridão onde conforme eu me aproximava dessa prisão a escuridão se fazia tão clara e eu não sentia mais medo, a pressão que me sufocava evaporava conforme eu sentia minha respiração menos ofegante, minha certeza de que nada daquilo poderia me atingir foi transformando os grilhões dessa prisão em flechas pra minha grande batalha. E pouco a pouco fui retornando ao meu estagio de sono em que não se sabe se está durmindo, ou se está acordado. Mas mantinha comigo a mesma sensação que tinha, a mão direita do soldado em meu ombro e a convicção que essa visão diferente, nada mais era que a minha verdadeira origem. Ele manterá sua mão sobre meu ombro a cada batalha que eu enfrentar e me mostrará através dessa escuridão o caminho de volta pra casa!...




               Musica de hje: Blue eyes - Within temptation




   

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